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domingo, 6 de janeiro de 2013

Os bichos cometem suicídio?

É clássica a crença de que alguns animais cometem suicídio. Muitas pessoas pensam que os escorpiões, quando encurralados pelo fogo, picam a si mesmos para abreviar o sofrimento e acabar com a própria vida. Outros acham que os lemingues se lançam ao mar num cinematográfico suicídio para abrir espaço para outras populações. "Essas crenças não têm nenhum fundamento. A evolução costuma selecionar organismos que tenham mecanismo de sobrevivência individual, não mecanismos de interrupção da vida", afirma o etólogo (estudioso do comportamento animal) César Ades, da Universidade de São Paulo (USP).
Dessa forma, o suicídio enquanto morte intencional não faz sentido dentro de uma perspectiva biológica entre os animais irracionais. "Podemos dizer que o suicídio é uma prerrogativa do ser humano. A capacidade simbólica de que dispomos nos torna capazes de prever e de precipitar nossa morte", diz Ades. O especialista, no entanto, faz uma ressalva: "É verdade que os animais podem expor sua vida - e mesmo perdê-la - em função de uma defesa da própria existência da espécie". É o que ocorre com certos tipos de aves que, quando o ninho onde criam seus filhotes é ameaçado, se arrastam no chão, bem à vista do predador em potencial, simulando uma asa quebrada. Ou ainda o que ocorre com algumas espécies de aranhas encontradas na Austrália e na região do Mediterrâneo, na Europa, que se deixam ser devoradas pelos filhotes numa bizarra estratégia de perpetuação da espécie.


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